Atividade que costuma atrair pessoas que já tiveram algum contato com a área, a carreira de técnico em óptica aponta vários campos de atuação. No entanto, segundo o coordenador do curso técnico de óptica do Centro Politécnico Senac Rio, Cristiano da Silva Posso, 70% dos alunos que concluem o curso vão para a área comercial. “Em qualquer estabelecimento óptico, sejam lojas ou laboratórios da área, a presença de um técnico responsável é obrigatória. Atualmente, o maior nicho do mercado está no comércio, em função da abertura de novas lojas”, informa.
Além de permitir ao aluno muitas atividades práticas, o curso exige bastante matemática e interpretação de texto. Cristiano da Silva Posso explica que as aulas baseiam-se em situações reais que ocorrem no dia-a-dia da profissão. Além do aprendizado específico da área, o curso oferece técnicas de gestão, que capacitam o aluno a abrir seu próprio negócio. “Esse setor remunera bem, principalmente os proprietários de estabelecimentos ópticos. Saber lidar com o público, ter espírito de liderança e boa comunicação são qualidades importantes para quem quer optar por essa carreira”, destaca Cristiano Posso.
O que faz
É responsável pelo funcionamento de estabelecimentos ópticos. Além disso, desenvolve atividades de vendas, produção de lentes oftálmicas, confecção de óculos, adaptação de lentes de contato e gestão de pessoas e produção. Cuida também do controle de qualidade e segurança ocupacional em todas as etapas de trabalho nos laboratórios de surfaçagem (processo de desbaste de blocos oftálmicos para gerar curvas internas que definirão o grau da lente), montagem e contatologia. Pode atuar ainda em centros de adaptação de lentes de contato, orientando os pacientes e adequando as lentes de contato às prescrições médicas.
Áreas de atuação
Óticas, clínicas de adaptação de lentes de contato, laboratórios ópticos, clínicas oftalmológicas e instituições de ensino técnico.
Foi a partir do trabalho numa ótica que Jéferson Felippe Baraldi dos Santos decidiu fazer o curso técnico em Óptica no Centro Politécnico Senac Rio. A experiência acabou fazendo com que se apaixonasse pela profissão. “Decidi me aprofundar porque esse ramo não é só vender óculos, tem a parte do laboratório responsável pela confecção das lentes, entre outras atividades”, ressalta.
Para Jéferson, o momento mais difícil do curso foi o módulo de surfaçagem. Ele conta que só não desistiu porque está gostando muito. “Essa parte exige muitos cálculos de divisão, multiplicação. Tive que estudar bastante para conseguir acompanhar”, afirma.
Fazendo o curso técnico de manhã, concluindo o ensino médio à tarde e trabalhando à noite, a rotina de Jéferson é bem corrida. Entre seus planos para o futuro, está fazer faculdade de medicina e se especializar em oftalmologia. “Pretendo também abrir uma ótica, ter meu próprio negócio, mas se não for possível realizar esse sonho, quero trabalhar em laboratório de montagem”, comenta.