Home

Biotecnologia
Formação multidisciplinar

Maria Sueli Felipe: área exige empreendedorismo (Foto: Arquivo pessoal)

Por ser uma área multidisciplinar, o profissional de biotecnologia precisa ter entre as suas qualidades uma boa formação acadêmica, visão empresarial e também uma dose de empreendedorismo. Na opinião da professora titular de bioquímica e biologia molecular da Universidade de Brasília (UnB) Maria Sueli Felipe, esses atributos são fundamentais para quem quer seguir nessa profissão.

“É preciso ter interesse em desenvolvimento científico e tecnológico que contribua para o avanço do país na era da aplicação do conhecimento científico. Isso vai exigir dedicação integral, disciplina ao trabalho e rigor científico. Vale ressaltar que este profissional deve ter as duas visões, tanto a científica como a tecnológica, sem preconceitos estritamente acadêmicos, com o objetivo de produção”, afirma.

A formação multi e interdisciplinar do curso de biotecnologia oferece aos alunos uma variedade de disciplinas, tendo biologia e química como as principais bases. “A pessoa estudará bioquímica, biologia molecular, engenharia genética, processos, engenharia química/bioquímica, engenharia de processos, propriedade intelectual, patentes, produção industrial, entre outras disciplinas”, informa a professora Maria Sueli Felipe.

O que faz

O profissional de biotecnologia desenvolve produtos e processos, a partir de células ou partes de organismo vivo, seja ele animal, planta ou microrganismo, visando o seu uso nas áreas de saúde humana, animal, agropecuária, industrial e ambiental. As principais atividades estão concentradas na área da pesquisa, seja ela básica, que vai gerar conhecimento tecnológico, ou aplicada, responsável pela produção de medicamentos, plantas transgênicas, células-tronco, entre outras.

Áreas de atuação

O biotecnólogo poderá trabalhar em projetos de pesquisa nas universidades, instituições de pesquisa (como a Fiocruz, o Instituto Butantan e a Embrapa), centros de biotecnologia e indústrias de produção de produtos nas áreas de saúde humana e animal.

Especialização

Os cursos oferecidos na área da biotecnologia são basicamente de Sctricto sensu, ou seja, mestrado e doutorado.

Colocar a ciência na prática

Juliana Velasco quer trabalhar na área de pesquisa (Foto: Arquivo pessoal)

O dinamismo e o constante crescimento do campo da biotecnologia, além da possibilidade de estender o conhecimento adquirido para diversas áreas foram os principais fatores que motivaram Juliana Velasco de Castro Oliveira a optar pela carreira de biotecnólogo. Cursando o 2º ano de doutorado em biotecnologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), ela conta o que mais a encanta:

“A principal motivação pela área de biotecnologia é a possibilidade de passar de pesquisa básica para algo de fato aplicado. Por exemplo, estudo um vírus usado como controle biológico e acredito que isso permitirá o maior conhecimento da biologia deste vírus, podendo ampliar seu uso e contribuindo para melhor qualidade do produto agrícola, sem falar dos benefícios para a saúde humana e para o meio ambiente. Significa colocar a ciência, de fato, em prática.”

Com dois anos de doutorado pela frente, Juliana destaca que gostaria de continuar na área da pesquisa. “Não sei ainda se seguirei a carreira acadêmica ou se irei para instituições privadas. O ideal era algo que envolvesse os dois, uma parceria da universidade com a pesquisa privada, mas isso ainda não é algo fácil de se estabelecer, embora existam grandes exemplos de parcerias que estão dando ótimos resultados”, explica.