A enfermeira Ilmeire Ramos Rosembach de Vasconcellos destaca a capacidade de liderança como uma importante característica do profissional da área, responsável pela chefia das equipes de técnicos e auxiliares de enfermagem como uma das funções do profissional dessa área. “Às vezes, lideramos pessoas mais velhas, que já estão atuando há mais tempo e, por isso, precisamos desenvolver a habilidade de comandar equipes”, diz Ilmeire, que é graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com especialização em Enfermagem em Saúde Pública pela UniRio, e sanitarista pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz).
Outro requisito para o enfermeiro é a capacidade de observar. Mesmo não fazendo o atendimento direto do paciente, ele precisa saber e acompanhar tudo que está acontecendo com ele, quem se alimentou, quem tomou o remédio, se teve febre ou não, entre outros cuidados”, afirma.
Apontando o mercado da enfermagem ainda como promissor, Ilmeire observa que as especializações são fundamentais para o crescimento profissional. “Ainda existem muitas oportunidades para essa área. Mas, como em todas as carreiras, é importante buscar os cursos de aperfeiçoamento. Além disso, os títulos de mestrado e doutorado contam pontos em concursos públicos. Um aspecto da profissão que merece ser destacado é a carga horária. Há os plantões de 12 e 24 horas e também o trabalho noturno, que causam desgaste físico. Por isso, é fundamental gostar mesmo da profissão”, ressalta.
O que faz
O enfermeiro trabalha pelo bem-estar do paciente, cuidando de sua higiene e de sua alimentação, administrando remédios e aplicando curativos. Ele também pode atuar como agente de prevenção e conscientização de doenças nas comunidades e unidades de saúde. Desta forma, contribui para a implantação e manutenção de políticas públicas de saúde, sendo peça-chave na inserção das atividades curativas ou preventivas devido ao seu intenso contato com a comunidade. É responsável por intermediar a relação entre o paciente e a família com a equipe hospitalar. Por isso, está presente em todos os setores de uma unidade de saúde e é figura indispensável para seu funcionamento.
Áreas de atuação
Hospitais públicos e particulares, clínicas, escolas, creches, programas de saúde da família, empresas de consultoria, serviços de emergência, centros de pesquisa, cursos de formação de nível médio (técnico de enfermagem), empresas de fabricação de material hospitalar, instituições militares, empresas de transporte aéreos e rodoviários, atendimento domiciliar, entre outros.
Especialização
A pessoa formada em enfermagem possui muitas opções de especialização, como: saúde mental e psiquiátrica, saúde pública, obstetrícia, centro cirúrgico, unidade de tratamento intensivo, traumatologia, oncologia, neonatologia, geriatria, auditoria, administração em enfermagem, emergência, enfermagem do trabalho, entre outras áreas.
O curso de enfermagem foi a segunda opção de Priscila Borges de Carvalho Matos no vestibular. Sua meta era fazer medicina, mas acabou passando para enfermagem na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Mesmo sem ser seu principal objetivo, Priscila começou o curso. Hoje, no sétimo período, ela diz estar apaixonada pela profissão.
“Até o final do primeiro ano eu pensava em fazer um novo vestibular para tentar medicina. Mas a partir do terceiro período me apaixonei pelo curso e hoje não o troco por nada. Fui me encantando aos poucos. Não tinha conhecimentos do que era a profissão, só coloquei como segunda opção no vestibular porque era da área de saúde. Um dos fatores que fizeram com que me apaixonasse pela enfermagem é essa visão do cuidar. O enfermeiro está sempre próximo do paciente e eu descobri que ele tem muito mais atribuições do que pensava”, conta.
Já pensando na especialização, Priscila Borges diz estar em dúvida entre a pós-graduação em neonatologia ou em obstetrícia. Para os jovens que estão querendo fazer esse curso, ela é enfática: “Prestigie sua profissão. Nós, enfermeiros, temos que ser os primeiros a valorizar o nosso trabalho”.