As manchetes dos jornais e revistas apontando que apenas 35% do esgoto passam pelos sistemas de tratamento chamaram a atenção do engenheiro civil Marcelo Fonseca. Essas notícias o motivaram a pesquisar mais o tema e fazer uma especialização na área de engenharia sanitária e ambiental. “Com certeza esses são números alarmantes e a partir disso, vi que esse era um campo promissor. Eu já trabalhei com construção civil, mas gosto dessa parte de redes de tratamento de esgoto, reutilização da água e tratamento de resíduos industriais”, afirma.
O mestrado na área de recursos hídricos e saneamento da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está correspondendo às expectativas de Marcelo. “Apesar de já ter uma noção do que iria estudar, o curso é bastante interessante. Cada dia aprendo algo novo e gosto mais dessa área. Para quem está pensando em seguir nessa carreira, diria que vale a pena por ser um campo que está crescendo, mas é preciso se dedicar”, conclui.
O que faz
O engenheiro sanitário e ambiental é responsável pelo desenvolvimento de projetos de engenharia dos sistemas urbanos de abastecimento de água, esgoto sanitário, drenagem pluvial e resíduos sólidos. Avalia também o impacto de obras sobre o meio ambiente, para prevenir a poluição de mananciais, rios e represas. Cuida da manutenção da qualidade da água consumida pela população, do tratamento do esgoto e dos lixos: doméstico, industrial e hospitalar.
Áreas de atuação
Esse profissional pode atuar no campo da saúde pública, em empresas privadas, órgãos governamentais, como secretarias de águas e esgotos, além de prestar serviços de consultorias a projetos e obras.
Especialização
Existem muitos cursos de especialização que abordam os temas: água, esgoto, drenagem urbana, eficiência hidráulica e energética, meio ambiente, recursos hídricos, recursos sólidos, obras e serviços de saneamento, entre outros.
O mercado de trabalho para o engenheiro sanitário e ambiental é promissor. Além do aumento da preocupação com as questões ambientais, o desenvolvimento urbano faz com que a procura por esses profissionais cresça. O biólogo Evandro Rodrigues de Britto, especialista em saneamento e meio ambiente e secretário geral do conselho diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), destaca que nos últimos dez anos os governos vêm investindo bastante em obras de saneamento. “Se esse ritmo de crescimento se mantiver, com certeza o mercado oferecerá muitas oportunidades para os jovens, não só na área pública, mas também no setor privado”, afirma.
Evandro Britto destaca, no entanto, que o convívio com a miséria é um aspecto importante do trabalho do engenheiro sanitário e ambiental: “Há um lado da profissão que é muito sacrificante. Muitas vezes, é preciso acompanhar de perto a pobreza, e se a pessoa não tiver um amparo psicológico, o abalo é forte. Por isso, sempre digo aos meus alunos que é preciso gostar da profissão e ter desprendimento para lidar com a miséria”.