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Fisioterapia
Carência de pesquisadores

Silvana Teixeira considera essencial o aprimoramento (Foto: Vinicius Marinho)

Chefe do ambulatório de fisioterapia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a fisioterapeuta Silvana Teixeira de Miranda observa que as pessoas em busca de atendimento profissional, muitas vezes, estão passando por momentos difícieis e por esta razão necessitam também de atenção e apoio. “Muitas vezes, o profissional precisa ir além da fisioterapia e cuidar também da parte emocional do paciente. Há ocasiões que lidamos com pessoas com baixa auto-estima, que estão depressivas. É uma profissão desgastante que demanda muita doação, mas por outro lado, extremamente gratificante”, ressalta.

Como quase todas as carreiras, o mercado da fisioterapia é bastante concorrido e neste cenário, o aprimoramento é essencial. Na opinião de Silvana, o profissional deve estar sempre lendo e se atualizando. “Embora o mercado esteja saturado, como na maioria das profissões, o campo de atuação é bem vasto. Mas para encontrar as oportunidades, é fundamental fazer cursos de especialização. É importante ressaltar também que essa área necessita muito de profissionais voltados ao campo da pesquisa. Apesar de atualmente estar crescendo o número de fisioterapeutas com doutorado, o mercado ainda é carente de pesquisadores, temos poucas publicações.”

O que faz

É a ciência que usa o movimento humano em todas as suas formas para prevenir e reabilitar a integridade de órgãos, sistemas ou funções, por meio de recursos físicos, como por exemplo, termoterapia (calor e frio), cinésioterapia (terapia através do movimento), entre outros. O fisioterapeuta atuará, muitas vezes, de forma multidisciplinar com diversos profissionais e lidará no dia-a-dia com problemas causados por acidentes, má-formação genética, vício de postura e distúrbios neurológicos, cardíacos ou respiratórios. O atendimento é feito em todas as faixas etárias.

Áreas de atuação

O fisioterapeuta pode atuar na assistência ambulatorial, internação e consultório, como pesquisador; em programas de saúde coletiva; na vigilância sanitária; em empresas, prevenindo doenças ocupacionais; na área de gestão; em clubes e centros esportivos; escolas; clínicas; centros de reabilitação, entre outros.

Especialização

Existem muitos cursos de especialização disponíveis, como, fisioterapia em ergonomia (voltado para empresas), traumato-ortopedia, cárdio-respiratória (auxilia na dinâmica respiratória), dermato-funcional (trata problemas da pele), uroginegologia clínico funcional e acupuntura.

Um estimulador permanente

Apesar de o desejo inicial ser de seguir a carreira médica, Érika Cristine Araújo de Azevedo acabou optando pela fisioterapia. Um dos motivos foi a vontade de iniciar logo um curso superior. “Sempre quis fazer medicina por causa da pediatria. Amo crianças, mas na época estava fazendo pré-vestibular intensivo de seis meses e apenas à noite. Não teria como competir com quem já estava se preparando há um ano ou mais e estudando o dia inteiro. Foi então que, conversando com uma amiga que iria fazer fisioterapia, ela sugeriu que eu tentasse essa área, porque também teria possibilidade de trabalhar com crianças. Como sempre gostei de ajudar, de poder fazer algo pelas pessoas, pesquisei mais sobre a profissão e decidi tentar”, conta.

Aluna do 8º período do curso de fisioterapia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Érika se sente realizada, mas revela que o início foi bem difícil. “O começo do curso é muito complicado. Muitos desistem porque nos primeiros períodos estudamos o básico do básico. E comigo não foi diferente. Estava numa fase muito difícil e a vontade que tinha era de jogar tudo pro alto. Mas, fui em frente e hoje dou graças a Deus por não ter desistido! Ver a recuperação do paciente com nosso trabalho, esforço e dedicação é maravilhoso. Quando eles dizem que estão se sentindo bem melhor, que já conseguem fazer movimentos que não conseguiam antes e agradecem por isso... Nossa, eu ganho o dia!”

Para Érika, a fisioterapia não envolve somente trabalho braçal, criatividade e competência, mas também o coração e a alma. “É preciso ser um estimulador sempre. Há momentos em que os resultados começam a ficar mais lentos e alguns pacientes perdem o ânimo. Nessa hora temos que usar a psicologia. É uma profissão linda, mas temos que amar”, conclui.