Regulamentada em 1981, a profissão de fonoaudiólogo é relativamente nova. A professora do curso de graduação de fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e chefe do serviço de fonoaudiologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Mônica Rocha, destaca a importância que esse profissional tem na avaliação auditiva.
“Há uma série de procedimentos auditivos que são da competência da fonoaudiologia. Na UFRJ o curso está dentro da Faculdade de Medicina e tem uma base biomédica, além de abordar as cinco áreas de formação: linguagem, audiologia, motricidade oral, voz e saúde coletiva. Durante os quatro anos de formação, buscamos a inserção do aluno no mundo do trabalho o quanto antes, sempre direcionando para a saúde pública e coletiva”, explica.
Além da formação biomédica, Mônica acrescenta que a grade curricular da fonoaudiologia também oferece disciplinas da área de humanas. “Como tem a parte lingüística, estudam-se os aspectos biopsíquicos sociais e a comunicação”.
O que faz
O fonoaudiólogo trata dos distúrbios da comunicação humana. A profissão abrange cinco áreas de formação: linguagem, audiologia, motricidade oral, voz e saúde coletiva. No dia-a-dia, esse profissional pode atuar na área clínica, avaliando, diagnosticando e tratando vários distúrbios da comunicação humana, desde a dificuldade de linguagem até a própria voz. No campo da educação, trata de algumas dificuldades de aprendizado. Em hospitais, atende pacientes internados que precisam de acompanhamento para deglutição e participa de equipes multidisciplinares, fazendo atendimento dos casos mais simples aos mais complexos.
Áreas de atuação
Do setor público à iniciativa privada, diversos são os locais de trabalho do fonoaudiólogo, como clínicas, consultórios, escolas, hospitais e atendimento a profissionais que usam a voz, por exemplo, jornalistas e artistas. Outra área que vem apresentando espaço para esse profissional é a perícia vocal, que faz a identificação da pessoa pela voz.
Especialização
Há inúmeros cursos de pós-graduação Lato sensu e Stricto sensu (mestrado e doutorado) nas áreas de linguagem, audiologia, motricidade oral, voz e saúde coletiva.
O fato de ser uma profissão da área de saúde e envolver o trabalho com crianças foram as razões que motivaram Andrea Panaro a fazer o curso de fonoaudiologia. Aluna do 7º período na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela conta que ingressou na profissão sem saber o que encontraria.
“Não tenho ninguém do meu convívio trabalhando com a fonoaudiologia. Posso dizer que vim para esse campo na sorte. No princípio, escolhi a profissão porque era da área de saúde e eu podia atuar com crianças. Mas o curso superou minhas expectativas. Descobri que o universo de trabalho do fonoaudiólogo é muito amplo, permite diversas formas de atuação”, afirma.
O desconhecimento do que é o trabalho do fonoaudiólogo pode ser um dos motivos que levam algumas pessoas a questionarem os jovens que escolhem essa carreira. “Eu diria para quem está pensando em seguir nessa profissão, que não dê ouvidos aos comentários frustrantes. Muitas pessoas me questionavam e criticavam porque eu havia escolhido a fonoaudiologia. Logo perguntavam: por que não fez direito? Por que não escolheu medicina? E eu tinha explicar que era isso que queria fazer”, ressalta Andrea.