Um bom técnico de laboratório em biodiagnóstico precisa ser uma pessoa curiosa, que goste de investigação e não se importe em trabalhar com fluídos humanos. Um dos coordenadores do curso na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), Luiz Maurício Balacci conta o caso de um aluno que pediu dispensa das aulas nas quais havia análises de sangue. “Se ele não quer lidar com essas coisas está na profissão errada”.
Marco Antonio Marques, também coordenador do curso na Escola Politécnica, avisa que a atividade exige organização, disciplina e agilidade. “No laboratório é preciso ter tudo à mão, por isso o ambiente deve estar organizado para não atrasar o trabalho.”
Segundo Balacci e Marques, os alunos chegam ainda muito novos à escola. Na maioria das vezes, não sabem ao certo como é o curso. Por isso, os coordenadores enfatizam que eles devem estar preparados para trabalhar com materiais como sangue, urina, fezes, pus e catarro.
O que faz
O técnico de laboratório em biodiagnóstico em saúde é formado para atuar no apoio ao diagnóstico clínico de doenças. Ele é responsável por todo o procedimento laboratorial até gerar um resultado que será analisado por um profissional de nível superior, geralmente um médico, e dará o laudo do exame feito. Essas análises são usadas para complementar o diagnóstico clínico prévio.
Áreas de atuação
O profissional pode atuar em laboratórios de serviço de saúde, laboratórios de pesquisa biomédica, laboratórios de ensino em saúde, na produção de insumos para saúde, no controle de qualidade de saúde, hospitais, clínicas, postos de saúde, tanto públicos como particulares.
Especialização
O técnico pode buscar especialização nas áreas de biotecnologia, hematologia, bacteriologia, hemoterapia, parasitologia, bioquímica, imuno-hematologia, imunologia, entre outras. Para quem pretende estender os estudos, na graduação, os perfis profissionais mais próximos a essa formação técnica são da área de biologia, biomedicina e farmácia.
O curso de laboratório em biodiagnóstico em saúde é a habilitação mais procurada pelos adolescentes que ingressam na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). Aluno do 2º ano, Gerson Moraes acredita que para quem sonha em se tornar um cientista ou trabalhar na área de saúde, o curso é como uma catapulta para o futuro.
Segundo Gerson, o nome "laboratório" já dá uma idéia do que esperar do curso, e as surpresas ficam por conta das disciplinas e da forma de trabalhar. "Foi algo sensacional! Entrar em um laboratório, mexer nos equipamentos, aprender várias coisas interessantes. Não tem como se decepcionar com o curso, a não ser que você não goste da área", conclui.