Para indicar as melhores maneiras de consumir os alimentos, é necessário que o profissional conheça técnicas de preparo e conservação. A nutricionista do Serviço de Nutrição do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) Patrícia Dias de Brito acha que ele não precisa necessariamente saber cozinhar, mas deve estar apto a orientar sobre as formas de preparo do alimento. “Se o paciente pergunta como prepara um determinado prato, você tem que saber explicar”, ressalta Patrícia. Desta forma, durante a faculdade, o estudante aprende técnicas básicas de cozinha na disciplina técnica dietética.
Patrícia de Brito aponta três áreas básicas de estágio curricular exigidos durante a formação: nutrição clínica, produção e nutrição social. Segundo ela, quem quiser trabalhar com nutrição esportiva e estagiar em uma academia, por exemplo, terá que se aperfeiçoar e fazer estágios extra-curriculares. “Já na área de pesquisa, uma boa porta de entrada é a iniciação científica”, informa a nutricionista. É importante ressaltar que essas áreas podem aparecer com outras nomenclaturas na grade curricular, variando conforme a instituição.
O que faz
O nutricionista planeja, organiza, dirige, supervisiona e avalia serviços de alimentação e estudos dietéticos. Ele também pode orientar e prescrever dietas individuais e coletivas, de acordo com as necessidades apresentadas. Os principais ramos de atividade são: produção clínica, esportiva, social, tecnologia de alimentação e pesquisa. Durante o curso, estudam-se as características e propriedades do alimento e seu efeito no organismo, como doenças que pode prevenir, tratar ou causar. Por essa razão, o curso oferece disciplinas da área médica, como fisiologia e anatomia, além da formação teórica e prática sobre a qualidade nutricional, a educação e a higiene alimentar.
Áreas de atuação
Hospitais, consultórios e ambulatórios; refeitórios de empresas, escolas e creches, restaurantes, hotéis, spas e outras instituições; academias de ginástica e equipes esportivas; órgãos governamentais, no desenvolvimento de políticas públicas geralmente dirigidas a grupos populacionais com deficiências nutricionais; empresas e indústrias de tecnologias de alimentos; instituições de pesquisa e ensino.
Especialização
Algumas opções de especialização são: nutrição clínica, alimentação funcional, terapia nutricional, nutrição desportiva, gestão hospitalar, saúde pública, entre outros.
A falta de conhecimento das áreas de atuação do nutricionista e da importância do seu papel são alguns obstáculos que o futuro profissional enfrentará no mercado de trabalho. Para a estudante do 8º período de nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Aline dos Santos Corrêa, cabe também aos próprios nutricionistas mudar essa situação. “As pessoas não têm noção do que é o trabalho do nutricionista. Falta esclarecimento sobre a profissão. Devemos nos impor mais e exigir o cumprimento da legislação quanto, por exemplo, a obrigatoriedade da presença do nutricionista em restaurantes”, afirma.
Com interesse nas áreas clínica e de saúde pública, Aline Corrêa diz ter gostado muito do curso. Sua única queixa foi o pouco aprofundamento na parte de alimentos. “Senti falta de aprender mais sobre as propriedades dos alimentos, sua atuação no organismo e de que forma pode ajudar na prevenção de doenças. Essas informações vou precisar buscar em uma pós-graduação.”