Uma das primeiras atribuições que vem à cabeça quando se pensa na profissão de Obstetrícia é o acompanhamento de partos. Mas quem optar por essa carreira terá várias outras atividades, como administração hospitalar, neonatologia e pesquisa. A estudante Bruna Vazamim Cumpri, do 5º período da faculdade de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP), já decidiu se especializar na área de saúde pública.
“Estou muito realizada com a minha escolha, embora saiba que vamos enfrentar muitas dificuldades. O curso tem uma proposta inovadora e traz novas técnicas de condução do parto. Como tudo o que é novo, gera uma resistência nas pessoas e sabemos que muitos médicos e enfermeiros obstétricos não aceitarão essas idéias”, diz Bruna, que faz parte da segunda turma a se formar no curso de graduação em Obstetrícia.
O que faz
O enfermeiro obstétrico é responsável por cuidar da saúde da mulher durante o período da gestação e no parto normal, desde que a gravidez seja de baixo risco. Esse profissional está habilitado a realizar parto normal com uma equipe médica ou mesmo sozinho. No dia-a-dia, examina a gestante, solicita e interpreta exames e prescreve medicação autorizada pelo Ministério da Saúde. Além disso, faz o atendimento pós-parto da mãe e do recém-nascido e dá orientações sobre aleitamento materno.
Áreas de atuação
Postos de saúde, unidades básicas, casas de parto, hospitais, maternidades e clínicas, tanto do setor privado como do público.
Especialização
Em todas as universidades do Brasil, a especialização em obstetrícia é oferecida aos profissionais de enfermagem na forma de pós-graduação. Só a Universidade de São Paulo (USP) possui o curso de graduação.
A satisfação de acompanhar a gestação e a emoção do momento do nascimento são alguns dos aspectos mais gratificantes da profissão, na opinião da enfermeira obstétrica Andreza Cristina de Oliveira Cordeiro. Professora do Centro Universitário Celso Lisboa e da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ela destaca que quem escolhe essa carreira precisa ter muita sensibilidade.
“Essa é uma área que traz grande prazer. É muito bom acompanhar a gestação e o parto, e depois, no atendimento à mãe com o bebê, ver que tudo deu certo. Em minha opinião, a pessoa que escolhe esse trabalho precisa ter muita sensibilidade. É preciso ficar atenta aos mínimos detalhes. Às vezes, está tudo bem com a gestação, mas o olhar triste da mulher pode demonstrar que há outras situações acontecendo, como agressões físicas ou psíquicas, e a origem de alguma alteração pode estar no âmbito do emocional”, afirma.
Quem optar por essa carreira precisa estar ciente que estudará muito. Segundo Andreza Cristina, entre as disciplinas do curso estão: anatomia, fisiologia, farmacologia e neonatologia. “Estudamos muito todo o ciclo da gravidez, os tipos de medicação e seus mecanismos de ação; aprendemos a identificar câncer de mama, de útero, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros distúrbios”.