Fazer um curso técnico na área da saúde já estava nos planos de Michely Mendes. Ao saber da seleção para o de Pesquisa em Biologia Parasitária, ela não teve dúvidas de tentar uma vaga. “A gente termina o ensino médio sem profissão e para se inserir no mercado de trabalho é muito mais difícil. A formação técnica é uma boa oportunidade para ter uma noção do que vai fazer depois”, afirma.
A quantidade de matérias, a carga horária e a freqüência de provas e trabalhos assustam um pouco os alunos. Entretanto, Michely Mendes destaca que aos poucos os jovens vão se acostumando com a rotina. “O curso é bem puxado e tem muito conteúdo, mas depois pega-se o ritmo. Os professores também nos dão bastante força e nos incentivam”.
A abrangência que o curso oferece é, na opinião de Michely Mendes, o seu principal diferencial. Segundo ela, o aluno aprende a desempenhar diferentes rotinas de diagnóstico, de pesquisa e de trabalho de campo. “O técnico de pesquisa em biologia parasitária tem uma noção geral de várias áreas, como Biologia Celular, Bioquímica, Introdução ao Laboratório, Protozologia, entre outras. Sempre tive um carinho pela bacteriologia. Estou pensando em fazer minha especialização em Microbiologia, que abrange Micologia, Virologia e Bacteriologia”.
O que faz
O técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária trabalha em pesquisa aplicada e básica. O campo de trabalho é bem amplo. Na pesquisa ambiental, faz coleta de material biológico, como, por exemplo, vetores: insetos e moluscos ou terra e água, que poderão ser usados para o isolamento de parasitas. Em laboratórios, trabalha com reações químicas, testes de patologia e cultivo de células. Pode desempenhar também atividades na biotecnologia, virologia, bacteriologia, bioquímica e biologia molecular.
Áreas de atuação
Laboratórios de pesquisa e laboratórios de análises clínicas.
Especialização
O curso técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária é oferecido apenas pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), da Fiocruz. Ao terminar o curso, o aluno que quiser se especializar poderá concorrer a uma vaga no curso de Especialização de Nível Técnico em Biologia Parasitária e Biotecnologia, também oferecido pelo IOC, escolhendo alguma dessas áreas: bacteriologia; biologia animal; biologia molecular; cultura de células; entomologia; experimentação animal; farmacodinâmica, entre outras.
Com atividades práticas desde o início, o curso técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) oferece ao aluno uma formação bastante ampla. Segundo a coordenadora dos cursos técnico e especialização, Regina Amendoeira, o estudante recebe no seu primeiro dia de aula um kit, com todos os equipamentos necessários para as aulas práticas, como lupa, microscópio, bisturi, lâminas, pinças e tesoura. “Ele será responsável por esse material, durante o curso, aprendendo a desenvolver as principais atividades da rotina de um laboratório, inclusive quanto à limpeza, tendo em vista as Normas de Biossegurança ”, afirma.
Considerado rigoroso – é preciso ter nota 7 nas disciplinas – o curso existe na Fiocruz há 27 anos. No momento, sua estrutura curricular está passando por uma avaliação. Conforme explica Regina Amendoeira, é a segunda vez que essa análise acontece. “Todas as normas e regras do curso estão sendo debatidas com o colegiado, que é composto pelos coordenadores das disciplinas. Estamos revendo todas as matérias para verificar as atualizações que precisam ser feitas.”
Para ingressar no curso, o aluno precisa ter concluído o ensino médio e fazer uma prova de conhecimentos de matemática, português, história, geografia, física, química e redação. O conteúdo baseia-se no programa definido pela Secretaria Estadual de Educação para o ensino médio. Os 50 primeiros colocados são entrevistados, e destes, 20 serão aprovados. “Costumamos ter de 150 a 300 inscritos no concurso, é uma procura bem grande”, destaca Regina Amendoeira.