Na busca pela melhor qualidade de vida das pessoas, o terapeuta ocupacional usa diversos recursos terapêuticos, entre eles, o teatro e as artes plásticas. Para a terapeuta ocupacional social Luciana Moro Machado, mestre na área de psicosociologia de comunidade e ecologia social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a terapia ocupacional é a arte e a ciência de ajudar pessoas a realizarem as atividades diárias que são importantes para elas, superando a incapacidade momentânea e buscando potencializar as capacidades residuais.
“O teatro e as artes plásticas são recursos terapêuticos fundamentais para o terapeuta ocupacional. Por isto, sua formação acadêmica inclui, além das disciplinas da área médica, teatro, dança, expressão corporal, artes plásticas e poesia. O aluno faz atividades laboratoriais em oficinas de expressão e criatividade”, explica Luciana Machado, que também é educadora social de rua e coordenadora do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Castelo Branco, no Rio de Janeiro.
Segundo ela, o terapeuta ocupacional tem na sociedade atual um importante papel. “Estamos atuando na demanda mais emergente urbana, como a violência e a exclusão social. Isso exige dos profissionais muita versatilidade e a compreensão da linguagem corporal das pessoas e dos grupos”, afirma.
O que faz
A profissão tem como objetivos promover, prevenir, desenvolver, tratar e recuperar pessoas ou grupos que necessitem de cuidados físicos, sensoriais, perceptivos, emocionais e/ou sociais, melhorando o seu desempenho funcional, sua participação e sua inclusão na sociedade. O terapeuta ocupacional pode atender do recém-nascido ao idoso. Algumas das situações que trata são: transtornos de ordem neurológica, física, mental, emocional, social e do trabalho; dificuldades perceptiva, visual, auditiva, tátil e sinestésica; dificuldades cognitivas, de aprendizagem e de coordenação motora; problemas de postura e emocionais (como isolamento, tristeza e agitação psicomotora); lesões ósseas e articulares; adaptação do ambiente mobiliário e de utensílios; necessidade do uso de órteses e treinamento para utilização de próteses; dependente de substâncias químicas, como álcool e drogas.
Áreas de atuação
Devido ao grande campo de atuação da terapia ocupacional, o profissional pode trabalhar – integrando ou não equipes multidisciplinares – em diversas instituições, como: hospitais gerais e especializados, ambulatórios, clínicas, centros de saúde, consultórios, escolas, creches, organizações não-governamentais, oficinas terapêuticas e profissionalizantes, centros comunitários, sistemas prisionais, empresas, postos de saúde, programa de saúde da família e atendimento domiciliar.
Especialização
Há diversos cursos de pós-graduação que o profissional pode aprofundar seus conhecimentos tanto da área médica, quanto do aspecto psicossocial.
A possibilidade de poder atuar como facilitadora da inclusão social, aumento da auto-estima e conscientização de cidadania dos presidiários, usando diferentes modalidades e recursos, foram as razões que levaram Érika Almeida de Souza a escolher a terapia ocupacional. Recém-formada pela Universidade Castelo Branco, ela considera fundamental a especialização: “Por ser uma profissão do campo da saúde que tem ampla área de atuação e engloba uma diversidade de saberes, só é possível conhecê-los de forma geral. Todas as áreas de atuação me despertam algum interesse. Porém, o que busco com a continuidade dos estudos são as áreas de gerontologia e geriatria; neurologia; traumato-ortopedia no tratamento às pessoas vítimas de lesões por queimaduras e saúde mental.”
Para quem está pensando em seguir essa carreira, ela aconselha: “O caminho a ser percorrido é árduo, mas prazeroso e gratificante. Não basta apenas se interessar: é preciso apaixonar-se, dedicar-se muito e estar constantemente motivado para que os obstáculos sejam vencidos e vistos como meio de amadurecimento e crescimento”, conclui.